A conversa de hoje com um
entusiasmado e entusiasmante grupo de gente jovem que está em formação para trabalhar no universo da educação levou-me a recordar a história da Maria.
A Maria era uma menina com 10 anos e
não era muito bonita. Há meninos assim, não são bonitos.
A Maria também não era muito boa
aluna, os colegas tinham sempre melhores notas que ela. E até se esforçava. Há
meninos assim, não têm boas notas e até se esforçam.
Às vezes tinha dúvidas, os
professores ajudavam, mas como era pouco tempo ainda ficava sem saber algumas
coisas.
Queria e tentava fazer os
trabalhos de casa, mas o pai e a mãe não sabiam ajudar porque tinham andado na
escola pouco tempo e o irmão era mais novo. A Maria era uma miúda triste.
Um dia a Professora perguntou-lhe
porque estava quase sempre assim triste.
Escondida atrás de uns olhos
grandes, esses sim, muito bonitos mas tristes disse baixinho: “Eu nunca tive um bom, nem mesmo um bom
pequeno. Gostava tanto de ter um”.
Umas aulas depois, a professora
avisou que iria realizar uma prova, um teste. A Maria ficou assustada. Como
sempre.
Depois de o fazer, achou que
tinha corrido bem. Quando a professora devolveu os trabalhos a Maria viu
escrito em letras gordas, Bom, Grande. Os olhos que já eram grandes, ficaram
maiores, até ela se sentia mais crescida.
Os pais contaram aos vizinhos. A
Maria, podia não ter sempre notas tão altas como outros colegas, mas já tinha
tido um Bom. Um Bom Grande, aquele Bom Grande. A Professora também ficou Grande.
Amiga.
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