Um Relatório da avaliação de um Gabinete Independente às políticas da Troika vem admitir que os Programas da Troika não tiveram
o efeito desejado e assumiram consequências graves e não previstas
Reconhece que teria sido melhor incluir uma reestruturação
da dívida pública. Nada novo, em vários momentos o FMI já tem afirmado que as políticas seguidas não funcionaram, falharam previsões e falharam efeitos.
Recordo que a reestruturação da dívida pública, defendida em Portugal por vários
sectores, sempre foi recusada pela Troika e ainda hoje é recusada pelos pelo
PSD e CDS-PP que como excelentes alunos que foram do diktat da Troika mantêm a
insensível e insensata persistência num caminho que produziu empobrecimento
para milhões de famílias e falências a muitos milhares de pequenas empresas o
suporte do tecido económico e do mercado de trabalho português.
O programa ERRADO que a Troika nos impôs produziu perto de
três milhões de portugueses em risco de pobreza e exclusão, perto de um milhão
de desempregados, cortes brutais nos rendimentos das famílias e nos apoios
sociais com consequências catastróficas nas condições de vida e na dignidade de
muitas milhares de pessoas e esta gente afirma, tranquilamente, afinal “a coisa
não correu como estávamos à espera”.
Não é possível ouvir estes abutres sem sentir um profundo
embaraço. Usam modelos que reconhecem errados, produzem previsões que
reconhecem erradas, arrasam a vida de milhões, e serenamente informam, “tenham
paciência”, “não correu bem”.
E não acontece nada?
Nós sabemos quem pagou e está a pagar um preço altíssimo e
devastador pelo "engano". E os(ir) responsáveis?
Na verdade, parece cada vez mais claro que a ideia do TINA
“- There Is No Alternative era uma mentira mil vezes repetida para se tornar
verdade.
As políticas duras de austeridade que esqueceram pessoas,
famílias e pequenas empresas, promoveram desigualdade, pobreza e exclusão foram
uma escolha política, não eram um caminho único.
Joseph Stiglitz, Nobel da Economia em 2001, afirmou há meses
na Gulbenkian isso mesmo, o resultado destas opções por políticas de
austeridade foram a desigualdade e a pobreza.
Afinal … havia outra.
Havia e há outra política possível. Talvez ainda estejamos a
tempo.
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