domingo, 24 de julho de 2016

DOENÇA MENTAL E EXCLUSÃO

Não é a matéria mais ajustada a um tempo que é quase de férias. No Público está um excelente trabalho sobre uma instituição que acomoda os que provavelmente serão os excluídos dos excluídos. Trata-se da clínica psiquiátrica do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo na qual estão 158 pessoas que cometeram crimes e foram consideradas inimputáveis por razões de doença mental.
A doença mental é uma das maiores razões de exclusão nos nossos tempos. Apesar dos movimentos de desinstitucionalização e, de deve dizer-se, dos progressos registados, as pessoas com doença mental e as suas famílias confrontam-se diariamente com obstáculos decorrentes da sua condição e estigma.
Se à doença mental juntarmos o cometimento de algum crime temos um quadro ainda mais pesado.
A comunidade entende, naturalmente, a necessidade de se proteger de pessoas que, aparentemente sem controlo e sem que possam ser responsabilizadas pelos seus comportamentos podem desencadear comportamentos social mente desajustados e com eventuais danos para terceiros.
No entanto, também é verdade que a história de vida destas pessoas e o que continuará a ser constitui um retrato extraordinariamente dramático da condição humana. Aliás, o título da peça, uma firmação de uma das pessoas mantidas na clínica é elucidativa, "não tenho pessoas que me aceitem".

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