Era uma vez um rapaz chamado
Porquê. Não sei se o nome lhe foi posto por castigo, por acaso ou porque lhe
ficava bem.
Desde pequeno que a tudo o que
diziam, pediam, mandavam, etc., ele começava por questionar a razão.
Os adultos que o foram
conhecendo, primeiro achavam-no curioso, “vivo” e interessado, depois achavam-no chato e perturbador. Finalmente, ficavam exasperados pela sua
arrogância e má educação, diziam.
Para os professores, o Porquê
tornava-se insuportável. A pouco e pouco tornou-se o centro da inquietação da
escola, da generalidade dos professores, e o motivo de muitas conversas.
A situação complicou-se porque
vários outros alunos, mesmo sem se chamarem Porquê, começaram a comportar-se
como ele, sempre a questionar tudo. Devido à proporção dos problemas, os
professores decidiram que o Porquê não poderia continuar naquela escola.
Quando lhe comunicaram a decisão,
estranhamente e contra todas as expectativas, não ouviram o porquê do Porquê.
Foi uma das poucas coisas que disseram ao Porquê que não lhe criou sombra de
dúvida, sabia muito bem e há muito tempo que não cabia naquele mundo.
Muitos professores ficaram mais
tranquilos e foram assistir a uma interessante acção de formação sobre
“Despertar a curiosidade nos alunos”.
Ninguém perguntou porquê e para
quê?
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