Não pensava retomar a questão dos
contratos de associação. No entanto, dado que a campanha tóxica prossegue
gerando equívocos e manipulações julgo que é importante manter outras alguma
outra abordagem.
Hoje no Observador, claro, o
Senhor Padre Jesuíta, Francisco Rodrigues, depois de tecer um conjunto de
considerações sobre o Estado, as suas funções e a excelência dos contratos de
associação conclui, “Uma coisa é certa,
em vez de apoiar e estimular, é grave que o governo tente acabar com algumas
das melhores práticas, a nível do ensino, que este excelente mas pobre país
tem. Isto não pode deixar de ter resposta. Pais de todo o país, unam-se!”
Duas notas muito breves, o tempo
quente e o fim-de-semana solicitam economia.
Não estabelecer contratos de
associação quando na mesma zona existe resposta pública não tem rigorosamente a
ver com “as melhores práticas de ensino”. O Senhor Padre sabe isso muito bem,
aliás, como foi divulgado, nos estudos comparativos
internacionais os resultados dos alunos dos estabelecimentos com contratos de associação não
diferem significativamente dos alunos das escolas públicas. O Senhor Padre sabe
muito bem que a excelência das práticas existe nos diferentes tipos de escola.
Fica-lhe mal esta falta de seriedade.
As práticas que agora, espero, terminam,
não têm a ver com metodologias de ensino, têm a ver com práticas políticas de apoio a
negócios privados com dinheiros públicos, É evidente que estas práticas são,
estranhamente aos olhos do Senhor Padre, boas práticas à luz dos seus
mandamentos ideológicos. Mas não é assim Senhor Padre. Aqui para nós, o Senhor
sabe disso.
Como escreveu, aqui estamos de
acordo, somos um “país excelente mas pobre”. É verdade. E por ser verdade mais
se exige que os dinheiros públicos não alimentem negócios privados.
O Senhor Padre precisa de exemplos?
Existem muitos, basta estar atento e querer vê-los. O problema é que o Senhor Padre não os quer ver. E legítimo que assim faça, mas a seriedade é um bem precioso, diga-o com clareza.
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