terça-feira, 26 de julho de 2016

PELA NOSSA SAÚDE

Segundo uma auditoria do Tribunal de Contas, de 2013 para 2015 agravou-se o rácio de utentes por médico de família para além de outros efeitos negativos no âmbito do SNS.
Face a indicadores desta natureza, sempre recordo Michael Marmot, reconhecido especialista em saúde pública, que há algum tempo esteve em Portugal e afirmou que todas as políticas podem, ou devem, ser avaliadas pelos seus impactos na área da saúde. Eu diria que também podem, ou devem, ser considerados os impactos em áreas como educação, apoios sociais ou justiça, áreas que, tal como a saúde são cruciais para a vida das pessoas, sobretudo das mais vulneráveis.
A ideia da austeridade “cega”, do "custe o que custar" não funcionou para a generalidade das pessoas e o seu fundamentalismo foi longe de mais.
A ideia mil vezes repetida para que se tornasse uma verdade, TINA – There Is No Alternative, é falsa. Tratou-se, evidentemente, de uma opção política por obediência a um diktat que a ânsia de obediência da pequenez dos “bons alunos” ampliou até ao intolerável e com consequências devastadoras.
Talvez ainda estejamos a tempo de entrar num caminho diferente, difícil, lento, com profetas da desgraça a antecipar o dilúvio, mas mais amigável para as pessoas, para todas as pessoas.

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