Segundo uma auditoria do Tribunal
de Contas, de 2013 para 2015 agravou-se o rácio de utentes por médico de família
para além de outros efeitos negativos no âmbito do SNS.
Face a indicadores desta
natureza, sempre recordo Michael Marmot, reconhecido especialista em saúde
pública, que há algum tempo esteve em Portugal e afirmou que todas as políticas
podem, ou devem, ser avaliadas pelos seus impactos na área da saúde. Eu diria
que também podem, ou devem, ser considerados os impactos em áreas como
educação, apoios sociais ou justiça, áreas que, tal como a saúde são cruciais
para a vida das pessoas, sobretudo das mais vulneráveis.
A ideia da austeridade “cega”, do
"custe o que custar" não funcionou para a generalidade das pessoas e
o seu fundamentalismo foi longe de mais.
A ideia mil vezes repetida para
que se tornasse uma verdade, TINA – There Is No Alternative, é falsa.
Tratou-se, evidentemente, de uma opção política por obediência a um diktat que
a ânsia de obediência da pequenez dos “bons alunos” ampliou até ao intolerável
e com consequências devastadoras.
Talvez ainda estejamos a tempo de
entrar num caminho diferente, difícil, lento, com profetas da desgraça a
antecipar o dilúvio, mas mais amigável para as pessoas, para todas as pessoas.
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