domingo, 3 de julho de 2016

APRENDE A NADAR COMPANHEIRO

Dados os frequentes episódios de afogamento de crianças ou jovens a Federação Portuguesa de Natação defende que à semelhança do que se passa noutros países a natação seja uma actividade obrigatoriamente disponibilizada aos alunos do 1º ciclo.
Como já tenho escrito sou dos que defendo que a escola não pode engordar indefinidamente proporcionando a crianças e jovens tudo o que lhes possa ser útil, só porque é na escola que quase vivem. Não pode ser esse o caminho, a escola não deve e não pode ter tudo, dar tudo, as suas competências são suficientes. Os alunos da escolaridade obrigatória já têm actividades que cheguem, podem passar mais de 10 horas na escola por dia se assim o entenderem ou precisarem os pais. O risco de “overdose”, de intoxicação é severo e são conhecidos casos.
No entanto, também considero que a aprendizagem da natação seria muito útil num país como o nosso e com o volume de incidentes que se verifica, alguns com fim trágico.
É aqui e não através de uma municipalização da escola que vejo uma área evidente de intervenção autárquica, de uma forma geral são as autarquias que gerem os equipamentos desta área, os transportes e os recursos humanos.
Para além dos benefícios da prática e da aprendizagem da natação numa população escolar com défice claro de actividade física como muitos estudos mostram, seria também um tempo em que as crianças poderiam sair da escola.
É verdade que somos um país de surfistas que desde novos apanham a onda certa numa qualquer jota partidária e constroem carreiras de sucesso mesmo quando evidentemente não sabem “nadar”.
É também certo que muitas crianças, mesmo sem a aprendizagem da natação, vão sobrevivendo às marés e ondas que enfrentam em vidas complicadas e duras.
No entanto, um caminho progressivo de fazer chegar a todas as crianças a aprendizagem da natação seria algo de útil em diferentes sentidos. Acresce que, como sabem e agora por outras razões foi notícia, alguns estabelecimentos privados de natação têm piscinas, e que o acesso regular a equipamentos privados e com apoio técnico é inacessível a muitas famílias.
Sem estranheza, também nisto a desigualdade de oportunidades é evidente.

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