Pode lançar-se o fumo branco. Temos
acordo.
A Grécia vai ser resgatada, ou
seja, o povo grego vai suportar novo pacote de austeridade. A lição pretendida,
não se pode votar contra os interesses de quem manda funcionou. A soberania é
um conto de crianças, não é Senhor Primeiro-ministro?
Não sei o que será o futuro,
deixo isso para os inúmeros opinadores que vão comentar o acordo agora
decidido.
No entanto, é minha convicção que
tendo acordo temos menos Europa. Não que a Europa enquanto conjunto de países de um espaço geográfico desapareça, está cá e continuará a estar. O projecto
europeu é que vai sendo revisto em baixa.
Coesão, solidariedade,
desenvolvimento, cooperação, utopias sonhadas por um conjunto de lideranças
políticas que genuinamente acreditou e quis construir uma União Europeia estão
em risco.
Os destinos da União Europeia
estão entregues a uma geração de tecnocratas politicamente medíocres, que de
pessoas sabe nada, que de mercados também não sabe mas obedece a quem sabe em
troca de uns lugarzinhos em que aparentemente decidem e se julgam donos da
Europa, da História.
Gente que olha para o Projecto Europeu
com um olhar que termina nas fronteiras do seu país e nos interesses dos mercados
que servem. Gente xenófoba, intolerante, com preconceitos que entende que o
empobrecimento de uns europeus é castigo merecido e o enriquecimento de outros,
alguns, traduzem o verdadeiro projecto europeu.
Dir-se-á que a Grécia continua na
Europa, a Grécia sempre esteve na Europa. A Grécia continua na União Europeia e
na Zona Euro. O medo do que acontecesse com a saída imperou não foi o desejo de
uma União, tretas.
Os medíocres políticos decidem
com medo e com base no medo e na chantagem, têm medo da soberania e da
diferença, estabelecem um diktat que impõem, democraticamente, é claro.
Apesar do acordo, a União
Europeia estará mais pobre.
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