Numa altura em que se aproxima a
realização em Lisboa do 8th Inclusive and Supportive Education Congress – ISEC 2015,
deixo-vos outra história da inclusão.
Era uma vez uma reunião,
desculpem mas as histórias têm que começar assim, em que um grupo de gente da
educação discutia o trabalho realizado com os alunos integrados numa Unidade de
Multideficiência. O objectivo era tentar perceber qual o grau de participação desses alunos nas actividades regulares como os seus colegas.
A certa altura foi descrito o
envolvimento muito baixo, sublinhe-se, nas actividades da disciplina de
Educação Física.
O grupo estranhou porque era
apenas referido o trabalho dessa disciplina.
A resposta foi clara, trata-se da
única disciplina em que os alunos com necessidades educativas especiais estavam
com os seus colegas.
Acresce que os alunos que
frequentam esta Unidade de Multideficiência não são … multideficientes, o que é
conhecido sobre eles não valida um “rótulo” de multideficiência.
Como sempre, este funcionamento está
ao abrigo dos normativos que, também como sempre, promovem a inclusão. Sublinho
que não pretendo diabolizar técnicos, professores ou direcções, trata-se de
percebermos a trama de que também se tece o universo da educação em Portugal.
De facto, quando partilho este
tipo de histórias, por assim dizer, nunca me esqueço do que de muito bom se vai
fazendo em muitas comunidades em matéria de educação de qualidade que envolva
todas as crianças e adolescentes.
A intenção é, por um lado,
mostrar a falta de regulação do trabalho que é feito levando a que coexistam
excelentes práticas educativas com situações dificilmente inaceitáveis, e, por
outro lado, acentuar o longo caminho que temos a percorrer apesar do longo
caminho já percorrido.
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