Como sabemos, em Portugal a universalidade
em educação é entendida como algo indicativo e não imperativo pelo que
certamente muitas famílias continuarão a experimentar sérias dificuldades na acessibilidade
económica e física aos equipamentos de educação pré-escolar. No entanto, a decisão, do meu ponto de vista, é
positiva, só peca por tardia e incompleta.
Como muitas vezes aqui tenho
referido, a falta de respostas e recursos a preços acessíveis para o
acolhimento a crianças dos 0 aos 3, creches ou amas, e dos 3 aos 6 anos, a
educação pré-escolar, é um dos grandes obstáculos a projectos familiares que
incluam filhos, levando aos conhecidos e reconhecidos baixos níveis de
natalidade entre nós, 30 % das mulheres portuguesas têm apenas um filho.
A alteração dos estilos de vida,
a mobilidade e a litoralização do país, levam à dispersão da família alargada
de modo a que os jovens casais dependem quase exclusivamente de respostas
institucionais que, ou não existem, ou são demasiado caras. Portugal tem um dos
mais elevados custos de equipamentos e serviços para crianças o que é,
naturalmente, um forte constrangimento para projectos de vida que envolvam
filhos.
É importante referir que alguns
estudos revelam que as mulheres portuguesas são, de entre as europeias, as que
mais valorizam a carreira profissional e a família, a maternidade e também é
sabido que as mulheres portuguesas são das que mais tempo trabalham fora de
casa o que dificulta a conciliação que desejam entre profissão e parentalidade.
É sabido que muitas famílias
estão a sentir enormes dificuldades em assegurar a permanência dos miúdos nas
creches por razões económicas. As Instituições procuram, apesar das
dificuldades que elas próprias enfrentam, flexibilizar, até ao limite possível,
custos e pagamento tentando evitar a todo o custo que os miúdos deixem de
frequentar os estabelecimentos. Aumentaram significativamente a retirada de
crianças de estabelecimentos de educação pré-escolar com o acentuar da crise
com picos verificados em 2011, 2012 e 2013. Acresce a quebra da natalidade que
a situação induz.
Sabemos todos como o
desenvolvimento e crescimento equilibrado e positivo dos miúdos é fortemente
influenciado pela qualidade das experiências educativas nos primeiros anos de
vida, de pequenino é que ...
Assim, existem áreas na vida das
pessoas que exigem uma resposta e uma atenção que sendo insuficiente ou não
existindo, se tornam uma ameaça muito séria ao futuro, a educação dos mais
pequenos é uma delas.
Em resultado desta situação,
muitas famílias carenciadas estão a sentir uma enorme dificuldade em manter as
crianças a frequentar os estabelecimentos de educação pré-escolar e os serviços
e equipamentos privados são muito caros, um dos mais elevados da europa.
Sabemos todos como o
desenvolvimento e crescimento equilibrado e positivo dos miúdos é fortemente
influenciado pela qualidade das experiências educativas nos primeiros anos de
vida, de pequenino é que ...
Esperemos que rapidamente possa
garantido o acesso à educação préescolar aos três anos e criadas respostas acessíveis, física e economicamente, às famílias dos 0 aos três anos.
Existem áreas na vida das pessoas
que exigem uma resposta e uma atenção que sendo insuficiente ou não existindo,
se tornam uma ameaça muito séria ao futuro, a educação dos mais pequenos é uma
delas. Os riscos que correm estes miúdos obrigados a abandonar a educação
pré-escolar por questões económicas são elevados e, obviamente, contribuem para
perpetuar assimetrias sociais e a falta de mobilidade social de que a educação
é a principal ferramenta.
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