Alegando falta de espaço, a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares não permitiu a inscrição de 11 alunos no 1º ano na escola da área de residência. Assim, dos 37 inscritos, a burocracia do MEC
só decide aceitar 26 pois os restantes 11 só completarão seis anos a partir de
Setembro. No entanto, de acordo com a lei, podem começar a frequentar a
escolaridade obrigatória.
Como é evidente, a decisão da DGEstE
foi tomada em nome da autonomia das escolas e sempre na defesa da qualidade, do
rigor e da excelência da educação.
Assim, o MEC, que tem procedido ao
fechamento de muitíssimas escolas, obriga à deslocalização de miúdos de seis
anos porque a escola da sua área só vê aceite pelos competentes Serviços uma turma em vez das duas
propostas.
As famílias protestam e algumas
terão problemas adicionais com crianças dispersas por diferentes escolas.
De facto a vida dos miúdos vai-se
tornando mais difícil.
Não cabem nas escolas porque
falta espaço.
Não “cabem” nas escolas porque
faltam recursos que os recebam e acomodem.
Não “cabem” nas escolas porque
têm currículos que de tão “normalizados” não são capazes de integrar a sua
diversidade.
Não “cabem” nas escolas porque
são "diferentes".
Não “cabem” nas escolas porque os
processos de selecção os vão empurrando a salinha ao lado e depois para a “empresa”
ou para uma instituição própria para os seus problemas.
Não “cabem” nas escolas, porque
demasiados alunos em muitas turmas torna-os “transparentes” e “abandonados”.
Não cabem nas escolas …
No fundo, mal cabem na vida.
Ministério da Educação? Será?
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