Foram conhecidos os resultados
dos exames de “segunda oportunidade” no 1º e 2º ciclo a Português e Matemática
destinados a alunos sem aprovação no primeiro exame ou reprovados pelos
conselhos de turma.
As comparações entre anos apesar
de necessárias devem considerar a gestão por parte do MEC do grau de dificuldade dos exames,
algo de recorrente e reconhecido.
Ainda não se conhece o número
final de alunos que não transitará de ano pois há que conjugar os resultados
dos exames com as avaliações das escolas, mas parece razoavelmente claro que a
introdução de exames finais no 4º e no 6º ano a meio de um terceiro período
muito curto e a oferta de umas aulas suplementares no final do ano com repetição do exame não serão a
melhor forma de promover o sucesso, contrariando trajectos de dificuldades
escolares.
Este entendimento não tem
rigorosamente a ver com "facilitismo" e, muito menos, com melhoria
"administrativa" das estatísticas da educação uma tentação a que nem
sempre se resiste, mas sim com a importância de discutir que tipo de apoio, que
medidas e recursos devem estar disponíveis ao longo do ciclo para alunos,
professores e famílias de forma a evitar a última e genericamente ineficaz
medida do chumbo.
Creio que importa não esquecer o
impacto que turmas sobrelotadas, metas curriculares excessivas e burocratizadas
que inibem a acomodação das diferenças entre os alunos, insuficiência de apoios
às dificuldades de alunos e professores durantes todos os anos do ciclo, entre
outros aspectos, podem assumir nestes resultados e não constituir o melhor
contexto para sustentar a evolução pretendida. Quem conhece minimamente as
escolas sabe que o terceiro período dos anos finais de ciclo se transformou num
período de preparação obsessiva para os exames que deixa insatisfeitos
professores e alunos. Os resultados escolares no 1º e 2º ciclo, nas condições
de funcionamento e características das nossas escolas, não se melhoram com uma
explicação intensiva realizada no 3º período e no período suplementar de
explicações por maior empenho que seja colocado pelos professores. Qualquer
professor tem este entendimento embora o MEC insista pois é, obviamente, mais
"em conta", por assim dizer, montar umas explicações que estruturar
apoios continuados a alunos e professores ao longo do ciclo.
Como está a ser evidente,
considerando os resultados globais dos exames em todos os ciclos, é claro que,
contrariamente à crença do MEC, a simples realização dos exames não melhora a
qualidade dos resultados, aliás, como o Presidente do IAVE reconhece.
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