As redes de comunicação, de todas
as naturezas, são parte integrante do nosso quotidiano e desempenham um papel
fundamental. No entanto, o espaço e o suporte de muitas destas redes,
vizinhança, social, profissional tem vindo a ser ocupado, sinais dos tempos por
suportes virtuais que agilizam alargam essa comunicação.
Também no campo da educação se
tem vindo a instalar este recurso às redes de comunicação. Recordo o exemplo da
rede Weduc já a operar há algum tempo que procura estabelecer uma rede de
comunicação mais eficaz e operacional entre os pais e a escola permitindo a
troca de saberes e informação em tempo real sobre muitíssimos aspectos da vida
escolar dos miúdos e ainda para além de outras funcionalidades, o contacto, em
rede claro, com outros pais.
Como muitas vezes aqui tenho
afirmado qualquer dispositivo ou suporte que incremente a qualidade e o nível
de envolvimento e participação dos pais na vida escolar dos filhos é, por
princípio, positivo pois essa é uma necessidade e uma dificuldade sentida por pais
e professores.
No entanto, gostava de deixar
umas notas sobre estes dispositivos.
A relação dos pais com a escola e
a sua participação e envolvimento na vida escolar dos miúdos não se esgota na
relação presencial ou virtual com os professores ou outros elementos da escola.
Do meu ponto de vista, uma parte muito importante deste envolvimento passa pela
relação directa, sem mediação, com os miúdos.
Nesta perspectiva, importa estar
atento a que alguns pais, devido aos estilos de vida e a um tempo que sempre
escasseia, possam, mesmo que de forma menos consciente, sentir que estando em
permanente e fácil contacto com a escola, com os professores, pode ser
"diminuído" o seu tempo o tempo com os miúdos a propósito da vida
escolar.
Os miúdos precisam de sentir que
os pais se interessam pelo seu "trabalho", pelos incidentes do
dia-a-dia, pelas suas brincadeiras, dificuldades, amigos sucessos, etc., enfim
pelo seu mundo. Acontece que este diálogo deve, tanto quanto possível e por
vezes não é fácil, ser presencial e regular, ou seja, os aspectos muito
positivos que as redes envolvem não podem servir de suporte, paradoxal, a um
maior afastamento dos pais face aos miúdos porque "já sabem tudo"
sobre a escola.
Alguns pais poderão, de facto, saber bastante
mais sobre a escola mas poderão correr o risco de ir sabendo
menos sobre os filhos.
Os miúdos mais do que alunos, continuam filhos. Os pais não se podem esquecer disso. Por estranho que pareça às vezes esquecem, veja-se a recente proposta de manter os alunos na escola onze menos por ano sabendo nós como os horários da escola são a tempo inteiro.
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