A ver se posso ajudar.
Vou dar apenas um exemplo da
crática normalidade burocrática, a avaliação das escolas, que advém da minha
experiência em Conselhos Gerais, incluindo escolas com contrato de autonomia.
Na verdade, a forma como a avaliação
(interna e externa) é realizada, torna-se altamente burocratizada, solicitando
uma carga enorme de informação, extensa, redundante e parte dela inútil, da
forma que é requerida. A produção desta informação consome centenas de horas de
trabalho a muitos docentes roubadas à essência do seu trabalho.
O nível de informação solicitada
e as regras impostas de funcionamento e organização mostra, de facto, um
sistema altamente centralizado, burocratizado e com a tentação de manter um
controlo absoluto sobre a organização e funcionamento das escolas.
O volume de informação produzido
por exigência do quadro normativo global e do contrato de autonomia ocupava um
espaço virtual de 4 MB para ser analisado na reunião do Conselho Geral. É obra
e o problema é que tinha pouco de virtual e ... eficiente.
O desgaste e desperdício de tempo
e esforço investidos na produção desta informação que, sendo lida algures no
MEC também implicará mais uma enorme carga de trabalho mas que alimenta a
máquina, não podem deixar de ter custos significativos na qualidade do trabalho
das escolas.
A avaliação, sendo imprescindível
na promoção da qualidade é tanto mais eficaz nessa função quanto mais
competente e simples possa ser.
A questão é que, como dizia o
Mestre João dos Santos, o mais difícil em educação é trabalhar de uma forma
simples.
No meio disto tudo temos Nuno
Crato a achar que a situação está “bastante bem”. Talvez fosse boa ideia que alguém
por perto pudesse acordar o Ministro, a burocracia é mesmo um problema na vida das escolas e dos professores.
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