Estamos nos primeiros dias de calor
bravo aqui pelo Meu Alentejo. Já começaram os alertas e não tardarão,
certamente, as incontornáveis e patéticas reportagens sobre o modo como os
alentejanos lidam com o calor, tal como surgem nos dias de frio com o pessoal
de Trás-os-Montes.
Há pouco comentava com o Mestre
Zé Marrafa o calor e os avisos que o anunciavam.
O Velho Marrafa lá me disse, eu
acho que para me agradar, que achava que embora estivesse calor, o problema é
mais à noite quendo ao fim de muitos dias de calor as casas já não arrefecem.
De dia anda-se na lida e "não tem dúvida", expressão peculiar no
Alentejo.
Numa de indivíduo atento e
informado introduzi na conversa a recorrente informação sobre os alertas e
respectivas cores com que somos bombardeados, neste caso devido ao calor.
O Velho Marrafa, por simpatia e
generosidade alentejanas, não disse o que lhe terá passado pela cabeça, certamente
qualquer coisa como "tão sempre a inventar molengas", foi mais
comedido e considerou engraçado essa "coisa dos alertas". Então,
dizia ele, estão a avisar-nos que faz calor no Alentejo, estamos no Verão
queriam o quê? O Alentejo sempre teve calor no Verão, uns dias mais ásperos que
outros, mas sempre quentes. A gente lida com o calor, anda mais coberto e bebe
mais água. Deviam avisar a gente, continuava o Mestre, era se viesse aí frio
agora em Junho, que a gente ainda se constipava, e ria-se com aqueles olhos
pequeninos pretos debaixo da pala do boné, a boina como ele lhe chama, que lhe
protege a cabeça do calor, é claro.
Comecei a pensar e realmente não
parece haver nada de novo que justifique um alerta, é Verão e está calor no Meu
Alentejo.
É assim, sempre foi.
E lá fui acabar de dar uma limpeza nos piricantos que compôem um canto na vedação do Monte, mas está mesmo calor.
E lá fui acabar de dar uma limpeza nos piricantos que compôem um canto na vedação do Monte, mas está mesmo calor.
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