O debate sobre o acordo ortográfico que obrigou a uma ata (e a uma acta) da CPLP com duas grafias
O acordo ortográfico tirou o “C” de “ata” e uma reunião oficial e de alto nível discutiu a eventualidade de se confundir a ata - o documento oficial - com o ato de atar pessoas. Portugal manifestou-se contra a existência de uma ata na grafia pré-acordo, Angola a favor: “Quando a forma ortográfica muda, as palavras não significam a mesma coisa”, defendeu um governante angolano
Creio que nem vale a pena comentar este exemplo dos risco e implicações do atentado à Língua portuguesa que dá pelo nome de Acordo Ortográfico e da nebulosa narrativa que o envolve. O verdadeiro desacordou corre o sério risco de tornar o português numa mixórdia abastardada.
Reptindo o texto de há dias, enquanto for tempo de evitar o atentado à Língua Portuguesa que o Acordo Ortográfico representa vale a pena insistir, importa que não nos resignemos. Não vou repetir os motivos pelos quais, do meu ponto de vista de leigo nestas matérias, o Acordo deveria ser repensado, tenho repetidamente referido esses motivos.
É também verdade que as explicações que os defensores, especialistas ou não, adiantam não me convencem da sua bondade, antes pelo contrário, acentuam a ideia de que esta iniciativa não defende a Língua Portuguesa. O seu grande defensor Malaca Casteleiro refere até "incongruências" o que me parece curioso, desencadeamos um acordo com esta amplitude e implicações para manter "incongruências e imperfeições" que transformam a ortografia da Língua Portuguesa numa mixórdia.
Entendo, evidentemente, que as línguas são estruturas vivas, em mutação, pelo que requerem ajustamentos, por exemplo, a introdução de palavras novas ou mudanças na grafia de outras, o que não me parece sustentação suficiente para o que o Acordo Ortográfico estabelece como norma.
Por outro lado, a grande razão, a afirmação da língua portuguesa no mundo, também não me convence pois não me parece que o inglês e o castelhano/espanhol que têm algumas diferenças ortográficas nos diferentes países em que são língua oficial, experimentem particulares dificuldades na sua afirmação, seja lá isso o que for.
De facto, não tenho conhecimento de alguma perturbação ou drama com origem nas diferenças entre o inglês escrito e falado na Inglaterra ou nos Estados Unidos, mas isto dever-se-á, certamente, a ignorância minha e à pequenez irrelevante daquelas comunidades anglófonas. O mesmo se passa entre a comunidade dos países com o castelhano/espanhol como língua oficial.
E, por agora, páro (deveria escrever paro) por aqui e vou continuando a escrever desacordadamente.
Nota - A subscrição da Iniciativa do Referendo, pode ser realizada através do site https://referendoao90.wordpress.com/, ou no grupo do Facebook Cidadãos contra o “Acordo Ortográfico” de 1990, é https://www.facebook.com/cidadaoscontraAO90?fref=ts.
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