terça-feira, 16 de junho de 2015

AS MÉDIAS DOS EXAMES DO 4º E DO 6º ANO SUBIRAM. A SÉRIO?!

Ontem, num texto sobre a dificuldade esperada dos exames escrevi aqui no Atenta Inquietude:
"Na época de exames deste ano lectivo temos ainda um dado que não é despiciendo, as próximas eleições legislativas pelo que ...
Em tal cenário não é irrelevante que resultados escolares mais positivos venham mostrar que “alunos e professores corresponderam com o seu trabalho” o que contribui para ratificar a “bondade das políticas educativas”.
Hoje foram divulgados os resultados dos exames de 4º e 6º e, claro, os resultados médios foram melhores do que em 2014. A subida não é grande mas, de qualquer forma, regista-se uma melhoria.
O MEC em nota de divulgação afirma, “No geral, ao longo dos anos de aplicação plena destas provas, os dados apontam para uma tendência positiva de adaptação do sistema, tanto às novas metas, como à introdução das provas”.
E pronto, está confirmado. Não questiono o investimento de professores, alunos e famílias mas ... é, por assim dizer, a crónica de uma subida anunciada.
Fica por saber o que vai acontecer nos exames de 9º e do secundário mas, muito provavelmente, o MEC virá dizer a mesma coisa pelas mesmas razões.
Continua também demonstrado que a avaliação externa deveria ser da responsabilidade de uma entidade verdadeiramente externa ao MEC.
Enquanto assim não for, e não há indicações de que não o venha ser, os exames continuarão a ser uma arma política privilegiada.
No entanto, apesar da subida os resultados, designadamente a Matemática, são baixos. Precisamos mesmo de entender que a qualidade promove-se, é certo e deve sublinhar-se, com a avaliação rigorosa e regular das aprendizagens, naturalmente, mas também com a avaliação do trabalho dos professores, com a definição de currículos adequados e de vias diferenciadas de percurso educativo para os alunos sempre com a finalidade de promover qualificação profissional, com a estruturação de dispositivos de apoio a alunos e professores eficazes e suficientes, com a definição de políticas educativas que sustentem um quadro normativo simples e coerente e modelos adequados de organização e funcionamento das escolas num quadro real de autonomia, com a definição de objectivos de curto e médio prazo, etc.
Esperar pelos efeitos dos exames na aprendizagem, só porque existem ... só no pensamento mágico de Nuno Crato.

3 comentários:

Anónimo disse...



No ano passado houve menos estudantes a abandonar o ensino superior

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/no-ano-passado-houve-menos-estudantes-a-abandonar-o-ensino-superior-1699116

Anónimo disse...

Notei pessoalmente este ano um grande empenho das escolas, professores e encarregados de educação. Estes exames são um passo no caminho certo, fico perplexo haver professores contra, espero que os meus filhos nunca apanhem professores destes.

Zé Morgado disse...

A questão, se me permite, não é ser "contra" os exames, os exames são importantes embora em idades muito pequenas de existência discutível (certamente saberá que pouquíssimos países os realizam e estão entre os melhores sistema educativos). É apenas a preocupação séria e estudada sobre o facto de transformar os exames no TUDO da vida dos alunos, professores e escolas. Talvez à medida que os seus filhos cresçam perceba o que isto pode significar. Não é uma invenção ou birra.