"Finanças travam classificação de imóveis do Estado como monumentos nacionais para poderem vendê-los"
A desvalorização e abandono de boa parte do nosso
património arquitectónico, a que acresce a enorme quantidade de roubos a que
tem estado sujeito desde há muito, são bem o retrato da forma como a cultura e
o património cultural têm sido cuidados nos últimos tempos, sendo que no
contexto da actual crise e em nome, tinha que ser, da austeridade, a situação
tem-se agudizado severamente.
A forma negligente como (des)cuidamos do nosso património
não pode ser justificada, exclusivamente, pela crise e falta de meios. A questão central remete
mais para as medidas de política e para as prioridades definidas do que para os
meios de que se dispõe. O património cuidado, restaurado pode ser uma fonte de receita após o
financiamento da recuperação e restauro ou apenas de manutenção. O próprio
restauro e manutenção é gerador de emprego e o mecenato bem enquadrado pode
constituir-se como fonte de captura de meios que possibilitem mais e melhor
intervenção.
Grave mesmo é assistir sem sobressaltos ao desaparecimento do nosso património e à perda de bens, muitas vezes de altíssimo
valor.
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