segunda-feira, 19 de maio de 2014

AS PERGUNTAS E AS RESPOSTAS

Em tempo de exames, ou seja de perguntas e de respostas, lembro-me de há muito tempo ter lido algures que saber é perguntar, não é responder, algo que na altura me pareceu um pouco estranho.
No entanto e na verdade, a vida tem-me ajudado a entender, perguntando e perguntando-me, o que de início não parecia tão claro.
E quando hoje se discute e avalia o nível de conhecimento das pessoas, desde os alunos mais novos aos alunos do ensino superior, e se evidencia com ligeireza uma suposta ausência de conhecimentos, aferida, sobretudo, pelas respostas dadas em exames ou testes, não deixando de estar atento, fico também inquieto pelas perguntas que não fazem e que, não querendo ser injusto com muitos excelentes mestres, foram “aprendendo” a não fazer.
O ensino, mas não só, tem vindo a assentar mais na resposta e menos na pergunta. Nos tempos que correm é cada vez mais evidente, o trabalho dos alunos, pequenos ou grandes, é responder não é perguntar, a essência da aprendizagem está no responder e no responder bem, pelo manual, seja na escola ou fora da escola, onde também se estabelecem manuais.
A pergunta é impertinente, a resposta é inteligente.
A pergunta desestabiliza, a resposta valoriza.
A pergunta é o desassossego e a inquietação, a resposta é a tranquilidade.
A pergunta é a dúvida e a incerteza, a resposta é a segurança e a certeza.
A pergunta é a discussão, a resposta é a conformidade.
A pergunta é o receio, a resposta é a confiança.
A pergunta é a subversão, a resposta é a submissão.
Aos poucos, vão-nos convencendo que é melhor ter as respostas do que ter as perguntas.
É, cada vez mais me convenço que tão importante como saber dar respostas, é saber fazer perguntas. Aliás, para elaborar boas respostas, só elaborando boas perguntas.

Que vos parece?

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