"O celibato não é um dogma e “a porta está sempre aberta”, diz Francisco"
Do meu ponto de vista, a
reconhecida perda da influência da Igreja Católica, sobretudo nos países mais
desenvolvidos, deve-se também ao seu imobilismo, à forma conservadora como não
reage às óbvias mudanças sociais, políticas, económicas e culturais sustentando
um progressivo afastamento da vida das pessoas, como reconhecia em entrevista
D. Manuel Martins afirmando que a Igreja não acompanha o momento.
Um dia, talvez a instituição
Igreja aceite e perceba a importância e a necessidade de mudança no discurso e
nas atitudes relativas ao divórcio e casamento, às uniões entre pessoas do
mesmo sexo e adopção por parte destes casais, à anti-concepção, ao celibato dos
padres, à abertura do sacerdócio às mulheres, à ostentação visível em parte das
estruturas da igreja, etc.
No entanto, considerando o que se
tem ouvido e é conhecido das intervenções da hierarquia da Igreja, não creio
que, apesar de alguns comportamentos e discursos do Papa Francisco e também da
significativa mudança de estilo face ao seu antecessor Bento XVI, seja de
esperar um movimento de alteração significativa nas posições da Igreja sobre
estas matérias.
Retomando o entendimento de D.
Manuel Martins de que a Igreja deve acompanhar o momento talvez possa ser esta
a explicação porque pelo país inteiro se encontram inúmeras Igrejas, algumas
bem bonitas e conservadas, que têm os seus relógios parados. Estarão parados, certamente, em "momentos" diferentes mas ... com o tempo parado.
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