"Mais de metade dos portugueses não tem capacidade para lidar com tecnologias digitais"
Dados da Comissão Europeia agora
divulgados afirmam que 55% dos portugueses tem baixa ou nenhuma habilidade para
lidar com tecnologias digitais, 33% nunca utilizou a Internet sendo que a média
europeia é de 20%.
Talvez estes valores ajudem a
perceber porque Portugal é um dos países em que os pais menos revelam saber o
que os filhos fazem com a net. É também o país em que as crianças e jovens
utilizam mais as novas tecnologias que os adultos. É ainda de referir um estudo
divulgado há algum tempo evidenciando que os jovens portugueses já dedicam mais
tempo à net e ao telemóvel que à televisão.
De facto, estes indicadores
revelam, por um lado, da iliteracia informática dos adultos/pais portugueses
que os inibe de tentar acompanhar devidamente as actividades dos filhos neste
domínio, cujos riscos de utilização vão sendo identificados. Por outro lado,
sublinham a importância que esta actividade assume na vida dos mais novos o que
remete, de novo, para a necessidade urgente de promover a alfabetização
informática dos adultos.
Neste contexto, utilização das
novas tecnologias pelos mais novos e o acompanhamento, ou falta dele, pelos
pais creio ainda ser de considerar o impacto nos estilos de vida,
designadamente nos hábitos de sono. Alguns estudos evidenciam que os mais novos
estarão a dormir menos que gerações anteriores. A falta de qualidade do sono e
do tempo necessário acaba, naturalmente, por comprometer a qualidade de vida
das crianças e adolescentes.
Haverá certamente outras questões
envolvidas mas é significativo que segundo alguns estudos, perto de 50% das
crianças até aos 15 anos terão computador ou televisor no quarto, além do
telemóvel.
Acontece que durante o período de
sono e sem regulação familiar muitas crianças e adolescentes estarão diante de
um ecrã, pc, tv ou telemóvel. Com é óbvio, este comportamento não pode deixar
de implicar consequências nos comportamentos durante o dia, sonolência e
distracção, ansiedade e, naturalmente, o risco de falta de rendimento escolar
num quadro geral de pior qualidade de vida.
Na verdade, estas matérias, a
presença das novas tecnologias na vida dos mais novos, são problemas novos para
muitos pais, eles próprios com níveis baixos de alfabetização informática.
Considerando as implicações sérias na vida diária importa que se reflicta sobre
a atenção e ajuda destinada aos pais de forma a que a utilização imprescindível
seja regulada e protectora da qualidade de vida das crianças e adolescentes.
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