O Ministério da Saúde contratou por ajuste directo um
empresa para providenciar a um grupo de funcionários serviços de “executive
team coaching”, qualquer coisa que terá a ver com gestão de tempo e de stress.
Como é evidente, os funcionários de topo do Ministério da
Saúde vivenciam contextos profissionais altamente stressantes e exigentes na
qualidade da gestão do tempo pelo que formação e apoio nestas áreas é crucial.
Acontece, vamos a uma pontinha de demagogia, que a vida de
muita gente em Portugal, em particular dos miúdos e adolescentes, é uma
contínua prova de stress e de gestão de tempo.
Muitos miúdos passam o dia a saltitar entre actividades e a
correr de espaço para espaço sem tempo para respirar.
Muitos miúdos vivem em famílias que experimentam tremendas
dificuldades em assegurar patamares mínimos de bem-estar e qualidade de vida.
Muitas crianças são vítimas de maus-tratos e negligência que
transforma a sua vida num inferno inaceitável.
Muitos miúdos e adolescentes são fortemente pressionados
pelas famílias para a excelência do desempenho vivendo angustiadas perante o
risco do fracasso e de se sentirem responsáveis por expectativas familiares
defraudadas.
Muitos miúdos e adolescentes vivem em ambientes
afectivamente hostis, ameaçadores da sua auto-estima e confiança quando não
vitimizados pela fragilidade que demonstram.
Muitos adolescentes e jovens sentem-se perdidos e incapazes
de construir um projecto de vida viável capaz de os rebocar até ao futuro.
Os exemplos poderiam crescer, mas parecem suficientes para
mostrar o nível de especialização que muitas crianças, adolescentes e jovens já
atingiram em gestão de tempo e stress.
E só falei dos mais novos.
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