quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

PODER LOCAL EM ACÇÃO


Esta situação recorda-me uma velha reclamação apresentada numa Assembleia Geral, "Isto tá mal Sr. Presidente, há sócios que não são sócios e estão sentados e há sócios que são sócios e estão de pé".
O Poder Local no uso da sua autonomia estabelece que nas autarquias "há sócios" que trabalham 35 horas e sócios que trabalham 40 horas, conforme o Governo decidiu para os trabalhadores da administração.
É certo que mais trabalho não é melhor trabalho, que o aumento da carga horária, de acordo com os especialistas não tem impacto positivo significativo, quo aumento da carga horária é pouco amigável para as famílias e também pouco amigável para políticas de promoção de emprego e, portanto, combate ao desemprego ou ainda que é uma medida em contraciclo com a tendência geral de minimizar horas de trabalho como modelo de desenvolvimento em muitos países.
Só que aquela ideia da convergência que, aliás, é sempre praticada num só sentido, convergir na retirada de direitos e na baixa de rendimentos, fica, por assim dizer, atrapalhada. 
É uma trapalhada, mais uma.

2 comentários:

Ana disse...

A autonomia do poder local vai ainda mais longe. Aqui no burgo, a recém-eleita presidente da autarquia decidiu dar tolerância de ponto a todos os trabalhadores na primeira segunda-feira de cada mês, para compensar os cortes salariais de que foram alvo. [http://www.ionline.pt/artigos/portugal/tomar-da-tolerancia-ponto-compensar-cortes-salariais]
Garante a edil que o funcionamento dos serviços não será afectado, deixando o comum mortal a perguntar-se se não haverá funcionários a mais, uma vez que tudo será assegurado com um dia a menos de trabalho, ainda por cima quando é sabido que fez algumas contratações extraordinárias de pessoal bastante controversas, como a do seu companheiro conjugal para chefe de gabinete, só para dar um exemplo.
Entretanto, a tal tolerância de ponto concedida aos trabalhadores ignorou por completo o caso das escolas e dos auxiliares de acção educativa, alguns deles únicos em determinadas escolas rurais do primeiro ciclo, para além de agravar a já criada desigualdade laboral entre os funcionários das escolas, agora constituídas em mega-agrupamentos, uns pertencentes ao MEC a fazer 40h semanais, outros pertencentes à autarquia a fazer 35h semanais, embora todos com as mesmas funções/atribuições. Nos Serviços Administrativos, por exemplo, dá dó ver as almas penadas que ficam mais uma hora por dia quando os colegas saem, só porque lhes calhou a pouca sorte de pertencerem ao quadro do MEC e não da autarquia. Agora ficarão ainda mais felizes quando trabalharem na primeira segunda-feira de cada mês e os colegas tiverem esse fim-de-semana prolongado.
Num país sério e credível dir-se-ia que isto era anedota, mas por cá anedota é haver milhões de cidadãos resilientes a consentir tamanhas aberrações.

Zé Morgado disse...

Sempre, sempre em nome do interesse dos munícipes, bem entendido.