sábado, 8 de fevereiro de 2014

PRAXES? NÃO, OBRIGADO

Insisto. Apesar dos discursos dos defensores das praxes, continuo a não conseguir entender como é que, a título de exemplo, humilhar rima com integrar, insultar rima com ajudar, boçalidade rima com universidade, abusar rima com brincar, ofender rima com acolher, violência rima com inteligência ou coacção rima com tradição. Também não percebo como se afirma o "direito a ser praxado" ou o "gosto" em ser praxado através de comportamentos absolutamente deploráveis e ofensivos da dignidade. Já percebo melhor o "gosto" em praxar, a natureza humana tem destas coisas.
Não compreendo os "benefícios" de tão estimulantes experiências a que se submetem as "bestas", aliás, só a designação é de uma subtileza e elegância inultrapassáveis. É verdade, no entanto, que em muitas circunstâncias mostram com clareza a estrutura psicológica e ética de praxadores que actuam impunemente ao abrigo de um "estatuto" que ofende a inteligência.
Sempre que me refiro a estas questões surgem, naturalmente, comentários de pessoas que passaram por experiências de praxe que não entendem como negativas, antes pelo contrário, afirmam-nas como algo de positivo na vida universitária. Não discuto experiências e juízos individuais, falo do que assisto e conheço.
A minha experiência como aluno  universitário, dada a época, as praxes tinham entrado em licença sabática, por assim dizer, foi a de alguém desintegrado, isolado, descurriculado, dessocializado e taciturno porque não acedeu ao privilégio e experiência sem igual de ser praxado ou praxar.
Provavelmente, advém daí a minha fortíssima reserva a este contributo para a formação(?) dos alunos do ensino superior.

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