Num país que tem como maior
problema o desemprego e todo o conjunto de consequências graves que implica,
qualquer indicador sólido sobre melhorias é de registar.
Nos últimos meses tem-se
verificado uma descida no nível de desemprego que, evidentemente, o Governo tem
publicitado insistentemente.
Acontece que esta descida está
longe de ter o valor e o realismo que todos desejaríamos.
Na verdade, a descida da taxa de
desemprego apenas numa pequena dimensão é explicada pela criação de emprego. É sobretudo
explicada pelo fortíssimo movimento de emigração que envolvendo milhares de
jovens, ajuda a perceber o abaixamento da taxa de desemprego jovem, ainda assim
nuns devastadores 35.7%. É ainda de considerar o aumento das pessoas que deixam
de procurar emprego e, um dado preocupante, cerca de 63% dos desempregados
estão desempregados há mais de um ano e são naturalmente o grupo com mais dificuldade
de retornar ao marcado de trabalho.
Acontece que os apoios sociais
são menores e disponibilizados durante menos tempo pelo que o cenário é fortemente
preocupante. Segundo os dados recentemente divulgados, cerca de 442 000
desempregados não têm subsídio de desemprego, um valor impressionante e
inquietante sobre a sobrevivência e a dignidade desta gente.
Também é de realçar que na
criação de emprego se observam níveis altíssimos de precariedade e de
desvalorização salarial, entre o nada e
a migalha, as pessoas aceitam a migalha. O emprego criado, em boa parte, não é
emprego qualificado e fonte de crescimento e desenvolvimento, é mau emprego.
Tudo o que de positivo se possa
verificar é de saudar e registar, mas importa que não se vendam ilusões e
números habilidosos que mais não fazem do que alimentar a desesperança.
Sem comentários:
Enviar um comentário