terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

DE PIN EM PIN ATÉ À DESTRUIÇÃO FINAL


Não há volta a dar, a história repete-se. Tal como aconteceu com o ordenamento territorial também o Projecto de ordenamento do espaço marítimo nacional poderá ser “suspenso” quando estejam em causa Projectos de Potencial Interesse Nacional, ou seja, mais uma vez, faz-se a lei e simultaneamente define-se a forma do seu não cumprimento.
Depois de termos boa parte do nosso litoral, sobretudo o algarvio praticamente destruído e betonizado em nome de uma massificação turística de má qualidade que passou como um rolo compressor por boa parte da costa, e que actualmente tem milhares de camas sem procura, a ameaça pende sobre o litoral alentejano e o barrocal e a serra, a parte do Algarve que se mantinha bonita e íntegra, o barrocal e a serra em nome dos famosos PIN.
Agora chegou a vez do mar, a possibilidade de que Projectos de Potencial Interesse Nacional, muitas vezes envolvendo fortíssimos interesses estrangeiros, se sobreponham à ordenação dos espaços marítimos, coloca seriamente em risco as actividades das comunidades piscatórias e viveiristas do litoral que, evidentemente, não têm o Interesse Nacional, que o surgimento dos grandes grupos económicos na concorrência pelos espaços agora “ordenados” certamente apresentará.
Eu sei, não tenho nenhuma visão fundamentalista, do peso económico que a actividade turística e o investimento em algumas áreas económicas têm em Portugal e de como deve ser cuidada essa importância. No entanto, creio que corremos o sério risco de como diz o povo "matar a galinha dos ovos de ouro" por mal cuidarmos da qualidade da oferta criada e da destruição de uma parte do país e do modo de vida de muitos portugueses com custos que a prazo podem revelar-se pesados.

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