sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

OS CUSTOS DA DEFICIÊNCIA


Foi desenvolvido e já está em utilização um dispositivo, um novo modelo de fato biónico, que possibilita a marcha quase independente a pessoas com problemas motores severos nos membros inferiores sendo particularmente vantajosa a sua utilização em processos de reabilitação.
A ciência e a investigação continuam o seu trabalho fundamental de encontrar soluções que melhorem a qualidade de vida e a funcionalidade das pessoas com deficiência e os avanços são significativos. Há poucos dias noticiava-se a produção em Portugal de uma cadeira de rodas mais sofisticada com significativas vantagens de utilização para pessoas com mobilidade reduzida.
A questão que se coloca sempre é a acessibilidade a estes tipo de equipamentos.  O custo deste dispositivo, o fato biónico, ronda para Portugal os 120 000 euros, uma quantia que obviamente afasta a sua generalização, mesmo que o seu uso tal pudesse ser tecnicamente aconselhado.
Num tempo em que os apoios sociais são continuamente revistos em baixa e que os custos económicos, sociais e psicológicos suportados pelas pessoas com deficiência e suas famílias são fortíssimos, teremos sempre razões para algum pessimismo. Aliás, ainda há dias a imprensa relatava a situação de uma criança surda profunda cujos pais estavam a organizar um peditório para que se pudesse proceder a um implante coclear nos dois ouvidos porque o Serviço Nacional de Saúde só paga um ouvido. A operação é imprescindível à recuperação da criança. Elucidativo.
Como disse há dias, é verdade que as pessoas com deficiência e as suas famílias, sabem, sobretudo sentem, como a sua vida é uma permanente prova de obstáculos, por vezes intransponíveis.
É justamente por isso que o Estado Social é um avanço civilizacional que não poderia ser ameaçado ainda que, evidentemente, possa racionalizado e melhorado.

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