Foi desenvolvido e já está em
utilização um dispositivo, um novo
modelo de fato biónico, que possibilita a marcha quase independente a pessoas
com problemas motores severos nos membros inferiores sendo particularmente
vantajosa a sua utilização em processos de reabilitação.
A ciência e a investigação continuam o seu trabalho fundamental de
encontrar soluções que melhorem a qualidade de vida e a funcionalidade das
pessoas com deficiência e os avanços são significativos. Há poucos dias
noticiava-se a produção em Portugal de uma cadeira de rodas mais sofisticada com significativas vantagens de utilização para pessoas com mobilidade
reduzida.
A questão que se coloca sempre é a acessibilidade a estes tipo de
equipamentos. O custo deste dispositivo,
o fato biónico, ronda para Portugal os 120 000 euros, uma quantia que obviamente afasta a sua generalização, mesmo que o seu uso tal pudesse ser tecnicamente
aconselhado.
Num tempo em que os apoios
sociais são continuamente revistos em baixa e que os custos económicos, sociais
e psicológicos suportados pelas pessoas com deficiência e suas famílias são
fortíssimos, teremos sempre razões para algum pessimismo. Aliás, ainda há dias a
imprensa relatava a situação de uma criança surda profunda cujos pais estavam a organizar um peditório para que se pudesse proceder a um
implante coclear nos dois ouvidos porque o Serviço Nacional de Saúde só paga um
ouvido. A operação é imprescindível à recuperação da criança. Elucidativo.
Como disse há dias, é verdade que
as pessoas com deficiência e as suas famílias, sabem, sobretudo sentem, como a
sua vida é uma permanente prova de obstáculos, por vezes intransponíveis.
É justamente por isso que o
Estado Social é um avanço civilizacional que não poderia ser ameaçado ainda
que, evidentemente, possa racionalizado e melhorado.
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