Como é sabido e de acordo com o entendimento mágico de Nuno Crato sobre
os exames, os alunos do 9º ano vão realizar este ano exames nacionais de inglês
com a particularidade de se realizarem em regime de "outsourcing" sob
supervisão da Universidade de Cambridge através do Cambridge English
Language Assessment e com o apoio desinteressado de algumas empresas, numa
visionária abertura aos mercados, sinais dos tempos.
Acontece que as avaliações
anteriores realizadas pelos alunos vão determinar que o exame não tenha o nível
esperado, B1, correspondente ao 9º ano, mas o nível A2, que corresponde ao 7º
ano. O Instituto de Avaliação Educativa diz que será assim por uma questão
de prudência, justificação que me faz recordar as recorrentes afirmações de
Nuno Crato quando era opinador e se insurgia contra "o facilitismo" dos
exames para promover estatísticas com melhor aspecto, por assim dizer. Agora, o
MEC reconhece que não pode esperar que os alunos tenham as competências que
deviam e ... baixa a exigência do exame em vez de tentar, tentarmos, criar as
condições para que as aprendizagens esperadas aconteçam.
Por outro lado, a Associação dos Professores
de Inglês também entende o nível mais baixo do exame pois com as condições de
ensino actual, carga horária da disciplina
de inglês e número de alunos por sala, as aprendizagens esperadas não
têm condições de se realizar.
Tudo isto me parece claro. Tenho apenas uma dúvida, este exame, assim,
serve para quê? Para aferir se os resultados dos alunos do 9º ano em inglês
atingiram as competências do 7º ano?
Não é que me surpreenda mas, ainda assim.
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