Provavelmente, de acordo com o guião idealizado pelo MEC, a notícia hoje divulgada pela FCT de que serão atribuídas ainda em 2014 mais 300 a 350 bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, deveria provocar um generalizado aplauso da comunidade académica e científica, mas não só, pela lucidez e bondade da decisão. Lamento, mas não é possível.
Apesar deste aumento, pouco significativo para a dimensão dos cortes efectuados, hoje anunciado, a deriva, a incompetência, a manipulação de dados e manha dos discursos, a ofensa a milhares de investigadores que algumas declarações, Passos Coelho, Pires de Lima, Nuno Crato destacaram-se no "brilhantismo" das intervenções, a que se foram referindo a esta questão, não podem ser branqueadas por este rebuçado. Miguel Seabra o Presidente da FCT e a Secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, têm sido figuras menores nesta opereta.
Importa ainda afirmar que muitos dos projectos de investigação que foram recusados estarão ja irremediavelmente comprometidos, os prazos e formas de trabalho de institituições nacionais ou internacionais que funcionam de forma organizada e competente não se compadecem com este cataventismo irresponsável e pouco sério do ponto de vista intelectual.
A forma como tem sido tratada pelo MEC esta questão, recorda-me o modo como também foi tratando a matéria relativa ao número de professores necessários ao sistema educativo, em cada circunstância uma nova habilidade com os números e com as decisões, num inconsistente e insustentável discurso cheio "conjecturáveis ambiguidades".
Qual será o próximo número?
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