Era uma vez um homem chamado Não Se Sabe O Quê.
Tinha vindo de algures e vivia não se sabia onde.
Teria uma família que não se conhecia e de quem
não falava. Aliás, o homem, praticamente, não falava, apenas trabalhava,
fazendo tudo o que lhe pedissem sem a menor reserva.
Fora do trabalho, estava não se sabe onde,
fazendo não se sabe o quê.
Quando se conseguia olhar nos seus olhos, o que
era raro, eles parecia sempre olhar para longe, não se sabe para onde.
Nos intervalos do trabalho ficava num canto, com
ar de quem estava a pensar, não se sabe em quê. Alguns colegas disseram que, às
vezes, parecia que chorava, não se sabe porquê.
Um dia, levaram-no, não se sabe para onde.
O seu verdadeiro nome era, Clandestino.
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