terça-feira, 10 de abril de 2012

O TERCEIRO PERÍODO

Vai começar o terceiro período escolar, para muitos alunos será o período da decisão, das decisões.
Considerando que uma boa parte dos alunos está já "arrumada" ou porque chumbados, ou porque passados, com excelência ou com suficiência, para quase todos os outros o terceiro período é o da recuperação, dito de outra maneira é o da explicação. Existe um grupo significativo de alunos dos quais se espera que recuperem o rendimento escolar de forma a salvar o ano, pelo que crescerá exponencialmente o recurso à velha "explicação", um importante nicho de mercado para professores, ex-professores, candidatos a professores ou simples curiosos que se dedicam à lucrativa arte.
É também um período de promessas, "se passares, nós oferecemos-te ...". Chamam-se incentivos e providenciam, esperam os pais, uma ajuda extra à motivação para este terceiro período.
Para alguns alunos este terceiro período vai anteceder, espera-se que facilitando, uma mudança, de ciclo, de escola ou a, por muitos desejada, passagem para o ensino superior.
No fim do período uma parte dos alunos ainda vão ter exames, uns velhos e outros novos. Há que trabalhar e mostrar conhecimento e, dizem, os exames servem para evidenciar uma coisa e outra.
No entanto, para outros alunos, o terceiro período vai deixá-los mais perto do insucesso, da desmotivação, do abandono revoltado ou resignado. Eles terão falhado, mas não terão sido só eles, nós também.
Na verdade, os próximos meses vão ser pesados, exigentes, apesar de haver quem entenda como fáceis os trabalhos dos alunos.
Boa sorte.

2 comentários:

L.Maria disse...

"...um período das promessas" fez-me recordar uma conversa que tivemos cá por casa. Num destes dias um coleguinha do meu filho dizia-lhe que a mãe lhe dava por cada "Excelente" 5 euros, por cada "M.Bom" 2 euros, por cada "Bom" 1 euro e daí para baixo nada. O meu filho achou uma piada, momentânea, ao incentivo. Quando o questionamos, "Como te sentes quando tiras "Excelente" ou "Muito bom"? Ele soube responder como queríamos, "Não há dinheiro que pague a minha satisfação!"
E também não deve existir maior satisfação para um professor, certamente.
Infelizmente, muitos dos que mais precisam não têm a atenção que necessitam, o apoio que precisam. E mais uma vez vamos cair à mesma questão - Quando é que a Educação não será vista como uma despesa, mas sim como um investimento? Esse sim um incentivo bem vindo e satisfatório!

Zé Morgado disse...

Na verdade, vivemos numa sociedade de "incentivos", varia a natureza desses incentivos