O Público procede à divulgação do Relatório da OCDE Reviews of Evaluation and Assessment in Education relativo a Portugal.
A importância e densidade do Relatório exige uma leitura atenta e uma reflexão não compatível com um espaço desta natureza. No entanto, queria sublinhar um aspecto que me parece importante e que releva do Relatório, uma excessiva centração da avaliação na dimensão sumativa. Curiosamente, esta conclusão da equipa da OCDE surge quase em cima do estabelecimento de mais exames nacionais por parte do MEC. Como muitas vezes tenho referido, não creio que mais exames, só por si, fomentem qualidade, tal como o Relatório da OCDE reconhece.
A qualidade promove-se, é certo, com a avaliação rigorosa e regular das aprendizagens, naturalmente, mas também com a avaliação do trabalho dos professores, com a definição de currículos e metodologias adequadas, com a estruturação de dispositivos de apoio a alunos e professores eficazes e suficientes, com a definição de políticas educativas que sustentem um quadro normativo simples e coerente e modelos adequados de organização e funcionamento das escolas, com a definição de objectivos de curto e médio prazo, etc., aspectos que o Relatório da OCDE também sublinha.
Parece-me ainda interessante a afirmação também constante no Relatório de se desejar um modelo de ensino centrado no aluno e em que este seja envolvido no planeamento e organização do trabalho. O Professor Nuno Crato vai certamente achar uma ideia muito “eduquesa”, os alunos estão na escola para trabalhar, para aprender e para fazer exames não para esta deriva construtivista de se envolverem no processo de ensino e aprendizagem.
Vale a pena ler o Relatório e analisar as grandes linhas da política educativa em curso.
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