quarta-feira, 4 de abril de 2012

OS INTERESSES DE OCASIÃO

Os exemplos sucedem-se nestes dias de chumbo. Agora trata-se do caso de João Gobern que é dispensado pela RTP por ter manifestado regozijo com um golo do Benfica quando estava num programa de comentário desportivo. É estanha a situação quando é conhecida, provavelmente até será uma das razões da sua presença no programa, a sua simpatia clubista.
Em Portugal pululam por tudo quanto é canal televisivo ou pela imprensa escrita e falada, espaços por onde circula uma tribo enorme de opinadores que ali têm presença pela simples razão da representação de interesses. Raramente esses espaços de opinião são ocupados por gente que saiba das matérias em discussão, é o espaço dos tudólogos, quase sempre gente com cartão, não importa de que clube.
É, pois, de uma enorme hipocrisia e configura censura a decisão sobre o João Gobern. É muito fácil olhar, ouvir, cada opinador profissional e identificar os interesses que representa.
Não me parece que seja grave, desde que seja transparente e equitativo.
No entanto e do meu ponto de vista, é grave quando se pretende que compremos por opinião informada e isenta a venda de opiniões ao serviço dos interesses de ocasião.
É um fingimento. Nada de estranho num país onde a ética é valor em extinção.

3 comentários:

Anónimo disse...

O Jornalista não tem que ser "castrado", mas deve ser isento. O Gobern adepto sobrepôs-se ao Gobern comentador imparcial....quando se confundem os dois planos, como o Gobern sempre fez, perde-se a confiança.
Aos portista é indiferente, já estamos habituados a que o anti portismo primário disfarçado de "comentário isento" tenha lugar permanente nos media (gobbelianos) Portugueses.
Imaginem se o Gobern era portista e festejasse um golo do FCP, as virgens ofendidas passavam a torquemadas de serviço.

anónimo paz disse...

Na lei que regula os cidadãos nas suas relações mútuas existe sempre forças opostas: Iluminismo e nacionalismo, revolução e contra revolução, ciência e fé, modernidade e tradição.

Neste caso particular a R T P aplicou a tradição.


saudações

Anónimo disse...

Eu gostava de ter a isenção do Bruno Prata, que deveria usar sempre uma camisa azul e branca, às riscas.

abraço
António Caroço