Um texto interessante de Pacheco Pereira sobre o jornalismo
que por cá se faz.
(…)
Como os jornalistas estão divididos, como estão na defensiva há muito tempo, como o turnover geracional se faz com a destruição da memória e do saber e como se perdeu qualquer tradição reivindicativa com a quebra da independência das redacções e dos jornalistas individualmente, como a promiscuidade com o poder político e económico é grande e se faz não apenas pela política, mas também pela mundividência cultural e pelas “ideias”, com a crise das mediações assolada pela arrogância da nova ignorância, com a falsa ideia de que as redes sociais são o “público”, e com a pauperização das classes médias, o jornalismo de referência, ou seja, o jornalismo, atravessa uma crise maior. E essa crise maior é, em toda a sua profundidade e extensão, uma crise da democracia.
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