O caso noticiado no Público é
apenas mais um exemplo da vulnerabilidade extrema em que vivem as pessoas com
deficiência. É ainda um caso paradigmático de desperdício de mão-de-obra qualificada que é empurrada para fora por falta de um futuro por cá.
Um estudo realizado, creio que em
2010, pelo Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade
de Coimbra, apontava para que uma pessoa com deficiência tenha um gasto anual
entre 6 000 e 27 000 € decorrentes especificamente da sua condição e
considerando diferentes quadros de deficiência. Este cálculo ficou incompleto
porque os investigadores não conseguiram elementos sobre os gastos no âmbito do
Ministério da Saúde.
O estudo, para além das
dificuldades mais objectiváveis, referenciou ainda os enormes custos sociais,
não quantificáveis facilmente, envolvidos na vida destes cidadãos e que têm
impacto no contexto familiar, profissional, relacional, lazer, etc.
Creio também que é justamente no
tempo em que as dificuldades mais ameaçam a generalidades das pessoas que se
avoluma a vulnerabilidade das minorias e, portanto, se acentua a necessidade de
apoio e de políticas sociais mais sólidas, mais eficazes e, naturalmente, mais
reguladas.
Os números sobre o desemprego nas
pessoas com deficiência são dramaticamente elucidativos desta maior
vulnerabilidade. A vida de muitas pessoas com deficiência é uma constante e
infindável prova de obstáculos, muitas vezes intransponíveis, em variadíssimas
áreas como mobilidade e acessibilidade, educação, emprego, saúde e apoio
social, em que a vulnerabilidade e o risco de exclusão são enormes. Assim
sendo, exige-se a quem lidera nos diferentes sectores e patamares da comunidade
uma ponderação criteriosa de prioridades que proteja os cidadãos dos riscos de
exclusão, em particular os que se encontram em situações mais vulneráveis.
As pessoas com deficiência e as
suas famílias fazem parte deste grupo.
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