No meu tempo de aluno do ensino
básico, lá bem para trás, quando a escola nos interessava menos tínhamos formas bastante mais
tranquilas de andar em guerras do que por vezes, felizmente poucas, se verifica
hoje, jogávamos à batalha naval. Provavelmente se perguntarmos aos miúdos de
hoje se jogam à batalha naval muitos perguntarão para que consola é o jogo. É um sinal
da mudança, nos também não sabíamos o que era uma Play Station.
Uma vez na aula de Matemática,
creio que do 5º ano, (actual 9º), eu e o meu amigo Sequeira tínhamos trocado a
realização de exercícios por uma animada batalha naval.
Como sabem ainda não tinham sido
inventados os adolescentes “multitaskers” pelo que, como era nossa
característica, realizávamos as tarefas escolares com o maior dos empenhos e concentração. De tal maneira assim era que nem demos pela aproximação da Setôra. Chegou de mansinho e,
de repente, uma mão tira-me o papel do jogo e uma voz zangada, muito zangada,
disse “porta-aviões ao fundo” e sem mais dirige-se para o cesto dos papéis onde
afundou toda a armada, com mar e tudo.
Não sei se naquela altura já
tinham inventado a ideia de assertividade mas a de autoridade era já bem
conhecida e reconhecida, pelos professores que a tinham, tal como hoje, aliás.
Com aquela voz e aquele olhar na memória, nunca mais me apeteceu jogar batalha
naval nas aulas. Nas de Matemática, pelo menos.
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