Diversos estudos ao longo dos
últimos anos têm vindo a evidenciar hábitos insuficientes de leitura e escrita
entre os alunos ao longo da escolaridade, lêem e escrevem pouco, o que acentua
as dificuldades que, mesmo em processos de escolarização longos incluindo
formação universitária, acabam por não ser corrigidos de forma significativa em
muitas situações, tal como a permanência de baixos níveis de leitura.
De facto, independentemente das
questões relacionadas com as metodologias que foram sendo utilizadas pelos
professores, das suas opções e competências na didáctica da Língua portuguesa,
certamente passíveis de melhorar através de formação consistente, a grande
questão e que parece simples de enunciar será, os alunos, de uma forma geral,
lêem e escrevem pouco.
Podemos aduzir uma série de
razões para que isto aconteça, questões que decorrem da concorrência da
actividade de leitura e escrita com outras actividades ou meios percebidas aos
olhos dos alunos como mais apelativas, poucos hábitos de leitura no ambiente
familiar, uma equívoco instalado há alguns anos nas concepções sobre práticas
pedagógicas que levou muitos professores a recorrerem pouco à actividade de
leitura individual e à escrita na sala de aula por parecer “conservador” ou
“pouco activo”, etc.
De facto, estamos num tempo em
que desde o 1º ciclo, a pressão sobre a escola, a natureza e extensão dos
conteúdos curriculares e a visão que os informa, o estabelecimento de metas
curriculares de forma excessiva e burocratizada, além de outra variáveis como o
tempo passado na escola, criam algumas dificuldades a professores e alunos no
sentido de se estruturarem espaços e tempo de leitura e escrita que não sejam
no cumprimento estrito das metas e dos manuais ou, naturalmente, fora das
actividades lectivas mas como pouco tempo disponível e coma concorrência
fortíssima de outras actividades.
Muitos professores,
designadamente no 1º ciclo e os de Português nos anos seguintes, referem
justamente que seria desejável que os alunos tivessem mais tempo para ler e
escrever materiais "livres" dos manuais ou das obras prescritas pelo
programa. Os miúdos lêem e escrevem pouco e esses hábitos são persistentes. Apesar
de alguns ganhos no âmbito do Plano Nacional de Leitura.
Mas mais do que as razões, e
todas contribuirão para a situação que temos, é importante, diria
imprescindível, que nos convencêssemos todos, professores, pais e outros
actores, que só se aprende a ler, lendo, só se aprende a escrever, escrevendo,
só se aprende a andar, andando, só se aprende a falar, falando, etc., etc.
2 comentários:
Caro Professor, há mais de 20 anos atrás no Ensino Preparatório, hoje 2º Ciclo tive uma Professora de Português em que as aulas eram na Biblioteca da Escola, explicava as aulas, falava de livros, até houve uma vez que fomos conhecer um escritor.
Aquela Professora deixou marcas e também o gosto pelos Livros e pela Leitura. O meu Obrigado aquela Professora.
Como diz e muito bem, é preciso incutir o gosto pela leitura e isso só se faz lendo.
Cumprimentos e Bom fim de Semana.
Pedro.
Pra não variar, estamos de acordo. Um abraço, Pedro
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