"Cientistas portugueses melhoram o uso de smartphones para os cegos"
O desenvolvimento de dispositivos
que possibilitem a melhor utilização dos smartphones por parte de pessoas cegas que
recorrem à escrita em braille é, sem dúvida, uma boa notícia.
Esperemos que se confirmem os
indicadores de eficácia e que possa ser generalizado o seu uso na medida em que
a ausência do conhecimento e utilização da escrita braille representa um factor
acrescido de exclusão
Desconhecendo custos , ficará por
saber as condições de acesso das pessoas com deficiência a este e outros
dispositivos que estão em desenvolvimento no sentido de aumentar os níveis de funcionalidade e acessibilidade das pessoas com deficiência
que potenciem a sua participação, tão alargada quanto possível, nas actividades
das suas comunidades, o verdadeiro critério de inclusão.
Num tempo em que os apoios
sociais são continuamente revistos em baixa e que os custos económicos, sociais
e psicológicos suportados pelas pessoas com deficiência e suas famílias são
fortíssimos, teremos razões para algum pessimismo. Aliás, ainda há pouco tempo a
imprensa relatava a situação de uma criança surda profunda cujos pais
estavam a organizar um peditório para que pudessem realizar um implante coclear
nos dois ouvidos porque o Serviço Nacional de Saúde só paga um ouvido. A
operação é imprescindível à recuperação da criança. Elucidativo.
É verdade que as pessoas com
deficiência, as suas famílias, sabem, sobretudo sentem, como a sua vida é uma
permanente prova de obstáculos, por vezes intransponíveis. Não estranham as dificuldades diárias.
É justamente por isso que o
Estado Social é um avanço civilizacional que não poderia ser ameaçado ainda
que, evidentemente, racionalizado e melhorado.
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