"Profs investigados por vigiar prova na escola dos filhos"
A Inspecção-geral da Educação e
Ciência está a investigar 17 "anomalias" registadas no último período
de exames do 4º e do 6º ano.
A maioria dessas "anomalias"
prende-se com o facto de alguns professores estarem ligados ao serviço de
exames na escola em que os seus filhos frequentam. Sublinho que não parece
estar em investigação qualquer tipo de "ajuda" inaceitável, mas apenas
a situação de estarem ligados ao serviço de exames.
Não conheço o enquadramento legal
destas matérias, aliás, nem sequer estou particularmente interessado,
interessa-me mais reflectir sobre o significado deste tipo de procedimentos, a
desconfiança inaceitável por parte do MEC relativamente ao sentido ético e deontológico da classe docente.
De facto, o MEC não confia nos
professores, essa classe de energúmenos que passa o tempo a protestar. Obriga
os miúdos a deslocarem-se para outra escolas, não deixa que os professores vigiem
exames dos seus alunos e estabelece que os exames devem ser vigiados por
docentes de matérias que não estão em exame.
Talvez fosse mais interessante
que a Inspecção-geral da Educação e Ciência investigasse os apoios aos
estabelecimentos de ensino privado e os interesses envolvidos, o cumprimento
das suas próprias normas no que se refere ao número de alunos por turma, aos
apoios aos alunos com necessidades educativas especiais, ao número de funcionários
nas escolas, aos modelos desenhados no que respeita aos apoios educativos
especializados, etc., etc.
Este discurso não assenta em
qualquer visão idealizada ou branqueadora do que de inaceitável acontecerá
envolvendo professores, mas reflectir sobre a demagogia e hipocrisia que
informam muitas decisões em matéria de política educativa.
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