"OCDE Um quarto dos professores quer mais formação em educação especial"
Voltando ao Relatório TALIS (Teaching and Learning
International Survey) de 2013, produzido pela OCDE, agora conhecido, retomo um
aspecto que me parece interessante. Sem surpresa, a área em que os professores
expressam maior necessidade de formação remete para o trabalho com alunos com
necessidades educativas especiais, a média é de 22. 3% de professores que a
identificam como a mais importante, sendo que entre os docentes português é de 26.%,
veja-se a pg 347 do Relatório.
Também aqui nada de novo, é reconhecida a necessidade de
formação adequada e de qualidade nesta área, como o Conselho Nacional de
Educação e o Grupo de Trabalho do MEC para revisão da legislação na educação especial
sublinharam em Relatórios recentes.
Sobre estas questões, coloca-se-me uma dúvida face ao que
tem sido e parece ser a política educativa em curso.
No sentido de promover a capacidade de professores e escolas
acomodarem adequadamente as diferenças entre os alunos e responderem às suas
necessidades, numa perspectiva de educação inclusiva, as necessidades de formação dos docentes neste âmbito são óbvias.
Acontece que, do meu ponto de vista, vários aspectos da
política educativa em curso e anunciada podem tornar dispensável esta
necessidade.
Se atentarmos no facto de que através de sucessivos exames
promovermos uma selecção rigorosa dos alunos sendo que os menos bem sucedidos
serão encaminhados para o ensino vocacional e os alunos com necessidades
educativas especiais poderão retomar um caminho de aproximação às instituições
acontecerá que as necessidades de formação para lidar com estes alunos que
colocam mais dificuldades se atenuarão significativamente, eles não estarão nas
salas de aula, junto dos seus colegas, como seria legítimo e de direito
acontecer, tanto quanto possível.
No entanto, para não ser demasiado pessimista e como diz o
Velho Marrafa lá no Alentejo, deixe lá ver.
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