"Ministro da Educação diz que não fechará escolas só porque parece bem "no papel""
"De há muito que se sabe que um dos factores mais contributivos para o insucesso, absentismo e problemas de indisciplina é o efectivo de escola. Não é certamente por acaso, ou por desperdício de recursos, que os melhores sistemas educativos, lá vem a Finlândia outra vez, e agora os Estados Unidos ou o Reino Unido na luta pela requalificação da sua educação, optam por estabelecimentos educativos que não ultrapassam a dimensão média de 500 alunos. Sabe-se, insisto, de há muito, que o efectivo de escola está mais associado aos problemas que o efectivo de turma, ou seja, simplificando, é pior ter escolas muito grandes que turmas muito grandes, dentro, obviamente dos limites razoáveis. É certo que o MEC faz o pleno, aumenta o número de alunos por escola e o número de alunos por turma, como é hábito o Ministro Nuno Crato cita ou ignora estudos, experiências e especialistas, nacionais ou internacionais, conforme a agenda que lhe é favorável.
As escolas muito grandes, com a presença de alunos com idades muito
díspares, são autênticos barris de pólvora e contextos educativos que
dificilmente promoverão sucesso e qualidade apesar do esforço de professores,
alunos, pais e funcionários. Recorrentes episódios e relatos de professores
sustentam esta afirmação.
Por outro lado, a experiência já conhecida mostra casos de distâncias
grandes entre a residência dos miúdos e os centros escolares, levando
que devido à difícil gestão dos transportes escolares, os miúdos passem
tempos sem fim nos centros escolares, experiência que não é fácil, sobretudo
para os miúdos mais pequenos.
Em síntese, aprece-me razoável que algumas escolas do 1º ciclo sejam
encerradas mas com critérios não exclusivamente burocratizados e administrativos,
como a análise simples do número de alunos."
A última peça desta longa
narrativa do encerramento de escolas é a afirmação do Secretário de Estado João Casanova de Almeida de que se as autarquias insistirem ... o MEC fecha mais escolas, mesmo
com mais de 21 alunos, e o Ministro sublinha que, como sempre, o processo se desenvolve
em diálogo com as autarquias. Isto quer dizer, como é hábito, que as autarquias
protestam, o MEC decide e fecha as escolas que entende.
Mais do mesmo.
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