Voltando ao Relatório TALIS
(Teaching and Learning International Survey) de 2013, produzido pela OCDE, agora
conhecido, retomo um aspecto que me parece de enorme relevância, o número de
alunos por escola.
Portugal apresenta um número
médio de alunos por escola, 1152, que é mais do dobro da média dos países da
OCDE, 546.4. Notável.
De há muito que me refiro aos
riscos da política de construção de mega-agrupamentos e mega-escolas que se
subordinam a lógicas de contabilidade e gestão política do sistema diminuindo o
número de direcções escolares.
É conhecido e reconhecido que um
dos factores mais contributivos para o insucesso, absentismo e problemas de
disciplina escolar é o efectivo de escola. Não é certamente por
acaso, ou por desperdício de recursos, que os melhores sistemas educativos, lá
vem a Finlândia, só para citar outra vez um exemplo recorrentemente apresentado
como referência de qualidade, mas também outros países, veja-se o quadro da pg.
285 do Relatório, que optam por escolas com dimensões médias da ordem dos 500
alunos.
Sabe-se, insisto, de há muito, que o efectivo de escola está mais
associado aos problemas que o efectivo de turma, ou seja, simplificando, é pior
ter escolas muito grandes que turmas muito grandes, dentro, obviamente dos
limites razoáveis.
É certo que o MEC faz o pleno, aumenta o número de alunos
por escola e o número de alunos por turma, como é hábito o Ministro Nuno
Crato cita ou ignora estudos, experiências e especialistas, nacionais ou
internacionais, conforme a agenda que lhe é favorável.
As escolas muito grandes, com a
presença de alunos com idades muito díspares, são autênticos barris de pólvora
e contextos educativos que dificilmente promoverão sucesso e qualidade apesar
do esforço de professores, alunos, pais e funcionários. Recorrentes episódios e
relatos de professores sustentam esta afirmação.
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