Na entrevista concedida ao I por António Barreto sobre a actual situação, pode ler-se, que o “O Partido Socialista está em mau estado político, em mau estado moral, em mau estado mental. Não está bem, não está nada bem”, afirmação colocada em destaque no Público.
Considero António Barreto uma voz respeitável e a ter em conta, o que não acontece com boa parte dos opinadores que enxameiam a comunicação social. Tal consideração não obsta a que com alguma frequência discorde com as ideias expressas por António Barreto. É o que acontece com esta afirmação.
A minha discordância não releva de que discorde, para manter os termos usados por António Barreto, de que o PS esteja em mau estado político, moral e mental (seja lá isto o que for), mas porque considero que este é o estado actual da política em Portugal, no seu todo. Como tenho afirmado, a pegada ética de boa parte das lideranças políticas é muito pesada e com efeitos devastadores na confiança que temos na classe política como, aliás, vários e sucessivos estudos vão demonstrando.
Neste contexto, a afirmação de António Barreto parece-me branquear, não sei se intencionalmente, um mal-estar global reduzindo-o ao universo do PS.
Como dizia Vasco Pulido Valente em notável entrevista recente ao Público, um comentador não tem que ser capado politicamente.
Como afirmei na altura, estou absolutamente de acordo, mas entendo que, não sendo “capado politicamente”, deve ser claro o seu posicionamento político, é só uma questão de seriedade intelectual e preservação da ética em política, aliás. como o próprio António Barreto prega em muitas homilias que vai proferindo.
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