Este pessoal não entende mesmo, ou não quer entender o que está em causa. Agora o eurodeputado Paulo Rangel sugere a criação de uma agência nacional para ajudar os portugueses que queiram emigar. O Dr. Rangel mostra-se ainda perplexo com as reacções às intervenções do Primeiro-ministro e de outros governantes sugerindo aos portugueses que emigrem.
Parece-me relativamente claro que a questão central não é o movimento que desde há muito os portugueses realizam de procurar trabalho fora do país. Como é óbvio as pessoas, cada pessoa, procurará dentro das suas disponibilidades, capacidades e motivações construir um projecto de vida em que se realize e esse projecto de vida pode, evidentemente, passar por emigrar.
A questão central é que um Primeiro-ministro ou outro governante não pode assumir que a solução para os problemas das pessoas, por exemplo o desemprego, é abandonar o país. Este discurso vindo de quem lidera e de quem a comunidade espera, é a sua função, um contributo decisivo para atenuar ou, em tese, resolver os problemas do país, transmite incompetência, impotência e finalmente desistência face a esses problemas.
Ora, incompetência, impotência e desistência é tudo o que um primeiro-ministro não pode evidenciar, O resto é tapar o Sol com uma peneira. No entanto, a ideia do Dr. Rangel já pemitiria evitar qu uns quantos boys emigrassem, teriam um lugarzinho na agência.
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