É com alguma frequência que trabalhos diferentes naturezas abordam as mudanças registadas no universo das famílias. Hoje no Público e a propósito dos dados do Censo de 2011 sublinha-se entre o crescimento exponencial das pessoas que vivem sós, 37,3 % em dez anos, representando agora 21,4 %. Este quadro decorre fundamental mente do envelhecimento da população pelo que boa parte dos que vivem sós são velhos e não uma opção de modelo de vida ou situação transitória.
É também conhecido que nos últimos tempos são múltiplos os episódios de velhos que morrem sem que se dê conta de tal tragédia.
Não sou, não quero ser, especialista nestas matérias mas creio que muitas destas pessoas morrem de sozinhismo, a doença que ataca os que vivem sós e perderam o amparo. Algumas pessoas terão morrido de solidão e não de outras causas que possam vir a figurar nas certidões. Quem não vive só mais facilmente resiste às mazelas que a idade trás quase sempre. As pessoas são, espera-se, fonte de saúde e calor. E este universo, as pessoas velhas que vivem só e em isolamento tende a alargar-se conforme os dados do Censo confirmam. Em Lisboa, segundo alguns trabalhos estima-se uma "realidade de total isolamento diário para 59 por cento da população que reside sozinha, evidenciando um risco de solidão”.
Esta é que é verdadeiramente a causa de morte de muitos idosos. Por isso e como sempre, para além das necessárias políticas sociais emergentes do estado e das instituições privadas de solidariedade impõe-se a percepção pelas comunidades, designadamente pelas famílias, do drama da solidão e isolamento. Os dados recolhidos e, portanto, conhecidos devem servir de base a políticas ajustadas à realidade.
É também uma questão de redes sociais, mas não das virtuais.
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