Ao fim de tanto tempo aconteceu-lhe finalmente o que mais desejava, iria ficar naquela escola por vários anos certamente.
Depois de alguns anos a saltitar sem poiso, assentar por mais de um ano sabia-lhe bem. A escola era excelente, tinha sido requalificada e estava bem equipada. Teve, pensava ela, imensa sorte com os colegas que em poucos dias a fizeram sentir como se sempre ali tivesse trabalhado. Também os colegas da direcção da escola eram muito prestáveis e atentos ao que se ia passando.
As turmas que lhe foram distribuídas não eram nada semelhantes ao que mais habitualmente lhe acontecia. Nas escolas por onde ia passando, sem paragem, quase sempre lhe destinavam as turmas mais difíceis, era a tradição. Aqui não, os miúdos eram super simpáticos estavam empenhados em aprender e o seu comportamento era o normal para gente daquela idade.
Como a tinham designado directora de turma, tinha já realizado uma reunião com os pais e ficou agradavelmente surpreendida pelo número em que compareceram, pelo interesse nos assuntos dos filhos e pela informação que tinham sobre tudo o que dizia respeito à escola e aos miúdos.
De repente, estremeceu e abriu os olhos. O colega Carlos, um dos poucos que com ela falava algum tempo, tinha-lhe tocado no ombro e dizia-lhe, "Temos de ir, está na hora, já acabou o intervalo".
Tinha adormecido devido ao cansaço das viagens diárias para chegar àquela escola longe de casa, onde tinha um horário incompleto, com pouquíssimas horas, que aceitou apenas para contar algum tempo de serviço. Levantou-se, fez um sorriso envergonhado e triste para o Carlos e foi tentar dar uma aula a uma das duas turmas de miúdos repetentes e indisciplinados que lhe tinham atribuído.
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