quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

DE RECURSO EM RECURSO ATÉ À PRESCRIÇÃO FINAL

O Dr. Isaltino continua e eu também.
É azar. Parece que coube ao Dr. Isaltino servir de “prova” de que a justiça funciona no Portugal dos Pequeninos. Mas ele que não desespere. O Tribunal da Relação de Lisboa já tinha rejeitado mais um recurso do Dr. Isaltino. Não tem problema, ele entregou um outro, de novo no Tribunal da Relação de Lisboa, o mesmo que rejeitou o anterior. Hoje ficámos a saber, adivinhem, isso mesmo, o Tribunal da Relação de Lisboa determinou que o Tribunal de Oeiras procedesse a nova apreciação. Evidentemente que não está em causa a inocência do Dr. Isaltino, a questão é saber se os crimes, repito, os crimes por ele cometidos prescreveram ou não.
É sabido que o Sr. Dr. Isaltino tem uma condenação decidida mas que ainda não transitou em julgado vai continuando a sua narrativa interpondo recursos atrás de recursos levando a que o processo se desenvolva através de uma série de manobras, recursos e outros expedientes que o nosso sistema de justiça tão minuciosa e eficazmente tem desenhado para quem dele se sabe aproveitar o possa fazer em seu benefício, pode acontecer, dizem alguns, que a coisa se prolongue mais uns tempos até à prescrição final. A titular da pasta da Justiça já tem assumido em público a despudorada utilização de manobras manhosas que mais não fazem que minar a justiça transformando-a numa espécie de administração da injustiça. Alguns titulares de cargos de responsabilidade na área da justiça também já afirmaram que a sentença decidida já deveria ter sido executada, mas calma, há sempre lugar a mais um recurso.
Tenho para mim que este caso virá a morrer por morte morrida, para usar as palavras de João Cabral de Melo Neto, ou seja, cairá por esgotamento. Assim, o Dr. Isaltino poderá ter uma reforma tranquila com a herança que receberá do sobrinho que tem na Suíça e os trocos miseráveis resultantes de uma vida dedicada à causa pública.
No meio do azar, coitado, até teve sorte, felizmente amealhou um bom pé-de-meia que nos tempos que correm não é coisa pouca.
A nós só nos cabe o azar de ver como anda o Portugal dos Pequeninos.

1 comentário:

anónimo paz disse...

Caro Prof.

Como sabe perfeitamente, casos como este são recorrentes em Portugal.

São tantos, tantos, tantos, que pessoalmente esgotei todos os adjectivos para depreciar tais situações.

Quando me entram em casa através da caixinha (que já deixou de ser mágica) provocam-me repugnância e vontade de VOMITAR.

A titular da pasta de justiça, diga o que disser quanto ao reconhecimento da situação que perdura à décadas ou em abono da mudança, entra-me por um ouvido e sai-me pelo outro.

No respeitante ao nosso sistema de justiça Sou UM ÍMPIO MILITANTE.

saudações