quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

AS CRIANÇAS, OS CRESCIDOS E AS DÍVIDAS

Acabei de ler a afirmação do Eng. José Sócrates segundo a qual "pagar a dívida é ideia de criança", acrescenta que as dívidas dos países não são para pagar mas para gerir e sustenta que foi assim que estudou.
Confesso que não estudei economia e finanças públicas de forma tão aprofundada e reconhecida publicamente como o Eng. Sócrates mas estou de acordo com o pressuposto da sua afirmação, as crianças são gente séria e por isso dispostas a pagar dívidas que possam contrair.
O que acontece, certamente fruto de muito estudo sobre estas matérias, é que quando crescem, muitas delas começam a entender que as dívidas são a única forma de aceder ao que querem ter, porque vão sendo convencidas e passam a acreditar que só são o que têm mesmo que para ter tenham de contrair dívidas que depois logo se verá com são pagas, às vezes de forma muito pesada em termos pessoais e familiares como todos sabemos.
Acontece ainda que algumas poucas crianças que pagam dívidas crescem e chegam a funções de gestão política de grande responsabilidade, têm de gerir bens que não são seus. Nessa altura, boa parte dessas crianças crescidas, obviamente informadas pelos estudos profundos que realizaram, desatam a criar dívidas que, neste patamar, já não têm intenção de pagar, conforme estudaram é claro. Como diz o Eng. Sócrates, as dívidas não são para pagar são para gerir, afirmam os aprofundados estudos realizados pelo Sr. Engenheiro.
O problema mais grave é que enquanto os estudiosos crescidos vão gerindo a dívida, ou seja, criando mais dívida, os outros, a maioria, nós, quais crianças crescidas é que temos mesmo de a pagar.
E de que maneira.

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