quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A TRADIÇÃO AINDA É O QUE ERA

Dados publicados pelo Observatório dos Trajectos dos Estudantes do Ensino Secundário do ME mostram que, em termos globais, dois terços da população do 10º ano ou equivalente está a ultrapassar o nível de formação escolar dos seus pais. Considerando o baixo nível de qualificação que nos caracteriza é um bom indicador.
No entanto, a tradição ainda é o que era, isto é, 66% dos alunos com alto rendimento escolar são oriundos de famílias altamente qualificadas, enquanto a maioria dos alunos dos cursos profissionalizantes provêm de famílias com mais baixos níveis de escolaridade.
Estes dados mostram como continua longe de se cumprirem patamares significativos de mobilidade social que a formação escolar deveria permitir e promover.
Acentua ainda que, como sempre tenho defendido, a defesa intransigente da qualidade da escola pública é o melhor garante de princípios de equidade e capazes de minimizar o impacto da origem sociocultural. Se assim não for, os mais favorecidos procurarão no subsistema privado a qualidade que não encontram no ensino público e que só eles podem pagar. A demagogia da liberdade de escolha apenas mascara o desinvestimento na qualidade do ensino público.

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