sábado, 17 de janeiro de 2009

UM GPS NOVO

Na altura, não foi do conhecimento público, mas vários núcleos locais do PS, em representação das chamadas bases, pelo Natal, ofereceram ao Primeiro-ministro e Secretário-geral um GPS. Parece ser entendimento das bases que o partido tem perdido o rumo. O mesmo entendimento parece ter um grupo de importantes militantes encabeçados pelo incontornável Manuel Alegre, o dono da consciência de esquerda do PS. O GPS que foi oferecido tem até a particularidade de, em vez daquela habitual e irritante voz mecânica a providenciar instruções, apenas emite duas orientações, ambas com a voz grave e inconfundível de Manuel Alegre, “mantenha-se à esquerda” e “na próxima decisão vire à esquerda”.
O resultado do GPS parece começar a resultar. A moção de estratégia global a apresentar ao Congresso do PS pelo Secretário-geral parece contrariar, sobretudo no que respeita a políticas económicas, os modelos mais liberais que o partido tem subscrito nos últimos tempos. Pressão da crise ou opção séria em matéria de ideias e valores?
A questão é que esta opção implicaria a redefinição de políticas, em alguns aspectos, bem diferentes das que têm sido seguidas, designadamente, privilegiando as pessoas. Será que, em caso de vitória eleitoral, as orientações do GPS serão respeitadas?

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